Ramon Novarro, the Mexican Hollywood actor who became worldwide famous playing the lead role in 1925's 'Ben-Hur' wasn't killed off by the advent of the 'talkies' in 1929 but adapted to the new medium even though he had an accent. Ramon decided to visit South America in April 1934, and he brought his sister Carmen Samaniegos along.
In Rio de Janeiro he was hailed as a King and mingled with the local intelligentsia becoming pals with songwriter Custodio Mesquita. Ramon even learned and sang Custodio's 'Se a lua contasse' a major hit of Carnival 1934, recorded by Aurora Miranda, Carmen's kid sister.
Here are some photos of Ramon Novarro's passage through Rio de Janeiro on his way to Buenos Aires where he stayed much longer and performed to packed theatres.
Ramon Novarro no Rio; de cima para baixo: Na vista Chineza; no Joá, com a pequena Nancy Caruso Lins; chegando à Gavea; um cocktail no Joá; Ramon fumou um cigarro brasileiro offerecido pelo photographo de Cinearte.
de cima para baixo: Carmencita Samaniegos e os reporteres, enquanto Ramon se preparava para apparecer aos jornalistas e fãs; Ramon, na sua primeira photographia, à bordo; depois de chegar ao Rio; quando Ben-Hur dava seus primeiros autographos, vendo-se Lú Marival; antes de desembarcar; Ramon e sua gentil irmã, Carmen, em terra carioca; Ramon photographado pouco antes do Northern Prince largar ferros; o 'adios' ao Rio, na memorável tarde de 20 de abril de 1934, vendo-se a bordo o diretor de Cinearte, Adhemar Gonzaga, que partiu para Buenos Aires, acompanhando o astro da MGM.
'Correio da Manhã' publishes another Ramon Novarro photo surrounded mostly by ladies of Rio de Janeiro society. Note the young lady wearing a top with a square motif...she was none else than future singer and actress Heloísa Helena (*28 October 1917 +19 June 1999). Heloísa would turn 17 years old in another 5 months yet.
Rio in 1934
Ramon Novarro (35) & Custódio Mesquita (24) in Rio de Janeiro in April 1934.
revista argentina Antena - 10 Marzo 1934.
Gilberto Souto escreve sobre Ramon Novarro em 4 Dezembro 1960 no 'Correio da Manhã'
Entrevistei Ramon Novarro (José Ramón Gil Samaniegos) pela 1ª vez,durante a filmagem de ‘Uma noite no Cairo’ (The barbarian), em fins de 1932, sendo por ele recebido com gentileza, mas com certa reserva.
Em 1934, fez uma tournè pela America do Sul, no auge da fama, acompanhado de sua irmã, Carmen Samaniegos, de seu primo, Jorge Gavilán (mais tarde ambos se casariam) e de Carlos Borcosque, naquele tempo, correspondente em Hollywood de revistas do Chile (sua pátria) e Argentina, além de ter dirigido alguns filmes em castelhano e outros em inglês para a produtora Fanchon Royer.
São inúmeras as pessoas que ainda se recordam da passagem de Ramon pelo palco do Palacio Theatro (hoje apenas Cinema Palacio) e de seu imenso sucesso.
Logo depois de seu regresso à Hollywood, levado por Borcosque e Tito Davidson, meus bons amigos chilenos, fui à casa de Novarro para nova entrevista, principalmente para saber as suas impressões sobre o Brasil.
Já não era, então, o astro que me recebia, mas um amigo, afetuoso, ainda cheio de calor do entusiasmo do povo desta minha cidade do Rio de Janeiro, que o recebera de braços abertos, e de gratidão a algumas pessoas, diretamente, ligadas à sua vinda ao Brasil. Falou-me das nossas belezas, da amabilidade do povo, da delicadeza de todos, das atenções e, sobretudo, do respeito com que foi recebido pela Imprensa.
Sabe-se que em Buenos Aires, houve contra o ator uma corrente hostil, tendo ocorrido vários incidentes, motivados pela maledicência de alguns.
Ramon aludia a pequenas coisas, que bem demonstraram o esforço dos brasileiros querendo ser-lhe agradável, de maneira sincera e afetuosa, sem mexericos e disse-me-disses. Por exemplo, recordava o gesto de Adhemar Leite Ribeiro (hoje na alta direção do Banco Novo Mundo) naquele tempo, com a empresa exibidora do Palacio, que fez abrir uma passagem num muro, ao lado do cinema, para que o ator entrasse pelos fundos do teatro, a fim de evitar-lhe atropelos. Louvava o cavalheirismo de Leite Ribeiro, de Adolfo Judall e Waldemar Torres, da Metro; das amizades que aqui deixara com o ator Procópio Ferreira, o dramaturgo Joracy Camargo, a bailarina Maryla Gremo, com a gente da Radio Mayrink Veiga, com Carmen Miranda e Custodio Mesquita (ele incluíra ‘Se a lua contasse’ no recital) que o ajudaram a ensaiar e aprender a letra brasileira. Gente de radio, de jornal, de cinema, funcionários grandes e pequenos, a nenhum Ramon esquecia.
Sabe-se que em Buenos Aires, houve contra o ator uma corrente hostil, tendo ocorrido vários incidentes, motivados pela maledicência de alguns.
Ramon aludia a pequenas coisas, que bem demonstraram o esforço dos brasileiros querendo ser-lhe agradável, de maneira sincera e afetuosa, sem mexericos e disse-me-disses. Por exemplo, recordava o gesto de Adhemar Leite Ribeiro (hoje na alta direção do Banco Novo Mundo) naquele tempo, com a empresa exibidora do Palacio, que fez abrir uma passagem num muro, ao lado do cinema, para que o ator entrasse pelos fundos do teatro, a fim de evitar-lhe atropelos. Louvava o cavalheirismo de Leite Ribeiro, de Adolfo Judall e Waldemar Torres, da Metro; das amizades que aqui deixara com o ator Procópio Ferreira, o dramaturgo Joracy Camargo, a bailarina Maryla Gremo, com a gente da Radio Mayrink Veiga, com Carmen Miranda e Custodio Mesquita (ele incluíra ‘Se a lua contasse’ no recital) que o ajudaram a ensaiar e aprender a letra brasileira. Gente de radio, de jornal, de cinema, funcionários grandes e pequenos, a nenhum Ramon esquecia.
Ficara pasmo com o arquivo de Adhemar Gonzaga e fizera
relações com atores e estrelas do cinema brasileiro, na Cinédia.
Dizia-me ele, certa vez, que se tivesse de escolher onde
deveria morrer, no Mexico, sua pátria, estava em primeiro lugar depois o Rio de
Janeiro, tão profunda foi a impressão que lhe ficara de sua visita à Cidade
Maravilhosa.
Fiquei amigo de Ramon, de quem, por varias vezes, iria
receber atenções especiais, sempre comparecendo às festas de seu aniversario,
na velha casa de seus pais, em Los Angeles.
Ali, curioso, não era Ramon Novarro, mas o Señor Samaniengos
para os empregados e amigos mexicanos. Era uma casa grande, de muitos quartos e
varandas; com oratórios e santos velhos, tendo na sala-de-jantar , a Ceia do
Senhor, tal qual uma de nossas antigas casas. Sempre que ali visitava sentia-me
como se estivesse no Brasil que, então estava tão longe de mim.
article written by Gilberto Souto for 'Correio da Manhã' on 4 December 1960.
Ramon Novarro in Hollywood
Ernst Lubitsch, Marion Davies, Ramon Novarro, Norma Shearer & ? no set de 'The Student Prince in Old Heidelberg' - 1927.
Gilbert Rowland & Ramon Novarro...
Robert Montgomery & Ramon Novarro.
Paradise Alley in 11th Street, New York; the poster on the wall says: Helen Hayes & Ramon Novarro in 'The son-daughter' playing at Loew's Commodore on 20, 21 & 22nd January 1933. According to Wikipedia: 'Novarro earned only scant notices when the picture opened on 23rd December 1932. The picture itself received overwhelmingly negative reviews'.
Ramon as Ben-Hur - 1925.
Paul Ferguson, Ramon Novarro's assassin some time before the deed.
Magnífico blog! Pode ser considerado de utilidade pública tal a carga cultural que ele traz. Minha mãe era fã de Ramon Novarro. O afamado cantor brasileiro Orlando Silva conta que em sua estreia no rádio - ainda como amador - em 1934, o apresentador (acho que Cristóvão de Alencar), à revelia da vontade de O. S., anunciou-o como ORLANDO NAVARRO (talvez inspirado pela presença daquele ator em nosso país naquele momento). Orlando Silva protestou no ato: queria o sobrenome de sua mãe (Garcia) ou de seu pai (Silva). E assim ficou: Orlando Silva. Ramon Novarro, para quem não sabe, era homossexual e foi assassinado barbaramente por dois jovens "prostitutos" que ele levou para sua casa. E ele já tinha quase 70 anos, pois nasceu em 1899 e faleceu em 1968. Triste...
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