Saturday, September 29, 2012

HEBE CAMARGO at 'Carioca', 8 February 1951

Hebe Camargo was born on 8 March 1929, in Taubaté-SP. Her mother was Esther Magalhães and her father was Segesfredo Monteiro Camargo.

Still in her teens, in the 1940s, Hebe formed Quarteto Dó-Ré-Mi with her sister Stela and cousins Helena and Maria. When the quartet disbanded Hebe & Stela Camargo formed a duo - Rosalinda & Florisbela who sang country tunes (caipira). 

After performing at Channel 3, TV Tupi for a few years, Hebe moved on to Channel 5, TV Paulista to have her own daily show called 'O mundo é das mulheres' (The world belong to women) from Monday through Friday.

Hebe is featured at weekly magazine 'Carioca' in 1951. Uma borboletinha com vóz de cigarra - No palco é um amor, na rua para o trânsito - É mais artista que cantora e figura quase paralelamente a Isaurinha Garcia, que é absoluta!

Pois essa tal Hebe Camargo, da qual pouca gente já ouviu falar no Rio, é a maior rival, em São Paulo, de Isaurinha Garcia, que a nosso ver ainda é a absoluta.

O papel de Hebe no rádio de São Paulo é o mesmo de Marlene entre nós, com a diferença de que Hebe por ser mais bonita, torna-se mais graciosa perante o público. É dessas artistas que conversam com o auditório. Possuidora de imaginação fértil, a jovem atriz faz piadas com muita facilidade, criando situações notáveis no auditório, a ponto de não precisatr de animador em seus programas.

Assistimos a dois programss de Hebe. Sinceramente, no Rio não existe uma cantora tão graciosa como ela. Tão graciosa e desembaraçada. Espirituosa e capaz de fazer rir a qualquer um. Notável como artista. Pena que sua voz não seja como a de uma Isaurinha ou Dircinha Baptista porque, se assim fôsse, Hebe seria possivelmente a melhor inérprete de nossas músicas populares.

CARTAZ CARNAVALESCO 1951

Hebe Camargo ganhou um segundo lugar com a marcha 'Sem tambor e sem corneta', de Denis Brean e Oswaldo Guilherme, que constituem a nata dos compositores paulistas. São os maiores cartazes no gênero.

Hebe parecia eufórica com o lugar de destaque que conseguiu. Despedimo-nos dela com a incumbência de dizer ao carioca que lá em São Paulo existe uma cantora com as qualidades já ditas no início dessa reportagem.

Texto e fotos de Aurelio Barata ´para a revista CARIOCA de 8 Fevereiro 1951.


comentário

Essa é a primeira reportagem sobre Hebe Camargo a sair na imprensa carioca, que dominava o país nos anos 50, como a TV Globo domina o Brasil nos anos 70, 80, 90 e até os dias de hoje.

Note a impressão positiva que o articulista teve da morena paulistana. Ele a compara ao papel que Marlene faz no Rio de Janeiro, embora ele ache que Hebe seja mais bonita que Vitoria BonaiuttiAurélio Barata também acerta em sua análise quanto à capacidade musical de Hebe: 'ela é simpática, arrojada e espirituosa, porém não canta muito bem'.

Eu, particularmente sempre achei que o pecado maior de Hebe Camargo, além de 'atravessar o rítmo', é seu conservadorismo político, o que a colocou ao lado de Paulo Maluf e outros políticos corruptos, notadamente de direita, que infestaram nosso país nos últimos 50 anos. Apesar de minhas restrições à Hebe, ei-la aí em todo seu frescor juvenil.



Hebe & Stela quando ainda eram Rosalinda & Florisbela festejam Assis Chateaubriand no Porto de Santos. Walter Foster está de terno branco a esquerda.


Tonico & Tinoco, a dupla Rosalinda & Florisbela (Hebe & Stela Camargo), Capitão Furtado, Lulu Benencase, entre duas mulheres, apresentador do programa 'Arraial da Curva Torta', transmitido pela Radio Difusora de São Paulo nos anos 1940s. Em frente, agachados, Os Aguias da Meia Noite.
capa de LP do programa 'Arraial da Curva Torta': Capitão Furtado, Tonico & Tinoco, Duo Guarujá, Vieira & Vierinha, Rielinho Serrinha, Bandinha 19 de Abril, Irmãs Castro, Angelo Reale e Waldomiro Lobo.
Hebe em 1950; Hebe - 14 de Outubro de 1952.
Capa da Revista do Radio em 1957; mesma foto retocada da Revista do Radio - Junho 1957.
Hebe canta na TV Tupi.
Hebe e Stela Camargo ao microfone da Radio Tupi.
Pedro Luiz Paoliello, locutor esportivo da Radio Tupi, Hebe e Tavares de Miranda, colunista social paulistano.
Hebe Camargo, a cantora que venceu (the singer who has won) at 'Radiolar', 1950
Hebe Camargo apresenta Alda Perdigão em transmissão carnavalesca da TV Paulista, Canal 5. 
Alda Perdigão takes it away from Hebe at Carnaval 1955 or 1956. 
Hebe on the cover of  Radiolândia - 30 October 1954; Hebe at Radiolândia's back-cover.
Hebe não está nem aí com a Edith Piaf, que cantou na TV Paulista em 1957.
Hebe in an Ecktachrome that shows she was edging into becoming a bottle-blonde soon.
'Correio da Manhã', 24 July 1960; Odeon releases 78 rpm 14.631 with 'Henriquinas', a hymn written by Americo Antonio Pastor and Gumercindo Fleury to honour Infante Dom Henrique of Portugal, Duke of Viseu who died on 13 November 1460; on the B-side 'Cabralinas', fado written by the same authors to honour Pedro Alvares Cabral, the Portuguese navigator who discovered Brazil in 1500. 
Fego Camargo, pai de Hebe, ao violino e a mãe, Esther, ao piano - 18 Junho 1963.
Hebe na capa de 'O Cruzeiro' em 1963.

Long plays de Hebe Camargo

na Odeon, sua 1a. gravadora.
Hebe na Polydor.

Miss Biquini - 1965.


Hebe - 1967 - volta à Odeon em sua fase já na TV Record durante a Ditadura Militar.

Morte de Hebe Camargo


Hebe Camargo morreu dia 29 de Setembro de 2012, sábado, de parada cardíaca, após uma intensa batalha contra o câncer no peritônio, diagnosticado em 2010.

O cardiologista Dante Senra e o oncologista Sérgio Simon, que acompanharam todo o processo da doença falam: 

Hebe ficou internada pela última vez de 15 a 27 de agosto de 2012. Recebeu alta e manteve o tratamento em casa. "No momento em que o hospital deixa de oferecer para o paciente uma oportunidade de cura e que existe a possibilidade de se montar uma estrutura em casa, não tem porque tirá-la do seu conforto. Foi montada uma estrutura dentro da residência dela com médicos, enfermeiras e todo o suporte que ela poderia ter no hospital", disse Dante Senra.

Nas últimas duas semanas de vida de Hebe, o cardiologista a atendeu todos os dias em sua casa e percebeu, na última visita, que nada mais poderia ser feito. "Ela já estava muito debilitada. O rim já mostrava sinal de falência. Era uma questão irreversível, infelizmente".

Sérgio Simon disse que o tumor de Hebe não foi extraído completamente na primeira cirurgia, realizada em janeiro de 2010. "Não era interesse retirar todo o tumor. Esse tipo de tumor não se trata cirurgicamente. Ele se trata com remédios, porque não é possível tirar todo o peritônio da pessoa. Então não se faz esse tipo de cirurgia. A gente apenas tira as partes maiores do tumor pra dar o diagnóstico e depois começa o tratamento".

Hebe se submeteu aos tratamentos e chegou a se declarar curada, até o câncer retornar, em 2011. "Ela ficou totalmente sem a doença. Os exame de sangue acusavam uma regressão completa da doença. Ela teve o ano inteiro praticamente de vida normal, com uma excelente qualidade de vida".

Neste ano, a apresentadora passou por duas cirurgias de emergência. Uma para retirar um tumor que estava obstruindo o intestino, outra para extrair a vesícula. Hebe morreu no sábado, dia 29 de Setembro de 2012, após uma parada cardio-respiratória em sua casa, em São Paulo.

3 comments:

  1. Nos anos 50 eu era fã da Hebe. Achava que ela cantava bem. Ela não era cantora de vozeirão, sempre teve uma voz mais p'ro grave, mas acho que em materia de interpretação ela era fantástica. Adorei as capas dos LPs e amei ver a da Julie Joy, uma gracinha, e a do meu, Denise Duran.

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  2. Nos anos 50 eu era fã da Hebe. Achava que ela cantava bem. Ela não era cantora de vozeirão, sempre teve uma voz mais p'ro grave, mas acho que em materia de interpretação ela era fantástica. Adorei as capas dos LPs e amei ver a da Julie Joy, uma gracinha, e a do meu, Denise Duran.
    Não queria ficar como Anonymous, porisso repito o comentário. Obrigada, Denise.

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    1. Obrigado à Denise Duran por nos ter dado a honra de sua visita em nosso blog.

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