Sunday, November 1, 2015

RUY REY Brazilian rumba-band-leader

Ruy Rey, a Brazilian band leader whose specialized in Central-American rhythms had a Number One in 1951 with 'Naná'. Ever since that Ruy Rey & His Orchestra became a fixture in Brazilian show business. Here are some articles weekly magazine 'Revista do Radio' printed about him: 
'Revista do Radio' 11 April 1950.
Revista do Radio - September 1951.
Ruy Rey poses for Revista do Radio about his daily routine. His daughter Marilia wakes him up in the morning. Then he goes to the beach where he plays a little football. Has his lunch cooked by his wife Leticia... and goes to work later in the afternoon.
1952 Revista do Radio shows how Ruy Rey's orchestra work... 

'Revista do Radio' asks celebrities who's the best Brazilian song-writer!
'Revista do Radio' asks a quaint question: 'Have you ever cried?'
'Revista do Radio' asks celebrities whether 1956 will be a peaceful year in Brazil! 1954 had seen the suicide of President Getulio Vargas; 1955 had seen the election of President Juscelino Kubitschek and the subsequent attempt of a coup by right-wing politicians who did not accept Mr. Kubitschek's victory.

Por que RUY REY deu um tiro no milionário? 

'Revista do Radio' 20 July 1963.

Já é do conhecimento do público o incidente em que se viu envolvido Ruy Rey e no qual o cantor acabou baleando na perna o milionário e playboy Mariozinho de Oliveira. Fomos procurar o cantor em seu apartamento no Leme, onde ocorreu o incidente:

- 'Sou proprietário desse apartamento há 14 anos. Comprei-o em 1949, com o dinheiro que ganhei em Radio, Discos e excursionando com minha orquestra por todo Brasil. Um ano depois de me mudar para aqui, Mariozinho de Oliveira comprou o apartamento da cobertura do prédio, que fica exatamente em cima do meu. O prédio tem frente para a Avenida Atlântica e para a rua Gustavo Sampaio e o apartamento dele ocupava o centro do edifício. Acontece que ficaram áreas livres, que ele aproveitou para cobrir e transformar num salão de festas. Ai colocou aparelhagem de alta-fidelidade e passou a tocar seus discos a todo o volume, sem se preocupar com o horário de dormir dos outros. Sua 'alta-fidelidade' ficava ligada até alta madrugada, no maior volume possível. A vida de nossa familia foi se transformando num inferno, pois além disso inventava de tocar trombone às 3 horas da madrugada.

Ruy Rey nos apresenta sua filha Marilia, de 17 anos, que é estudante, dizendo:

- 'Minha filha acorda às 6 horas da manhã para começar a estudar as 7 horas no colégio. Naturalmente, precisa de ter suas horas de sono tranqüilo, já que também sofre de asma de origem nervosa. Há muito que vem sendo prejudicada em seus estudos pelas festas e bacanais que Mariozinho promove em seu apartamento. Ele inventa cada vez uma festa diferente, dependendo de seu estado de espírito. Uma vez foi uma festa de travestis, promovendo o casamento de um deles, acabando numa verdadeira orgia. Outra vez, trouxe um grupo de escurinhas de uma boite e mais uma escola-de-samba, por aí afora. Reclamei ao condomínio, sem resultado, pois nem foi minha reclamação incluída no livro de atas. Apelei então para a Radio Patrulha e, se forem examinar os arquivos dessa organização, deve haver umas 25 ou 30 reclamações minhas contra o barulho de madrugada no apartamento do moço. Umas 4 ou 5 vezes, depois que a Radio Patrulha se retirava, e depois dele ter prometido acabar com o barulho, tentava invadir minha casa, forçando a porta da cozinha felizmente sem resultado para me agredir.

Houve uma vez, há cerca de 2 anos (1961), em que estava em excursão com minha orquestra pelo Sul, o barulho foi tanto, que minha esposa chamou a Radio Patrulha. Novamente se repetiram todas as cenas. Apesar de ser o incomodado, eu não podia me mudar, pois o apartamento é próprio e não é fácil toda operação de vender o imóvel e comprar outro, ainda mais que o meu é resultado de anos de lutas e trabalho. Ele é milionário, poderia muito bem comprar ou construir uma casa em local deserto, onde desse suas festas à vontade, sem prejudicar a tranqüilidade alheia.

Acendendo um cigarro, Ruy Rey conclui:

- ‘Finalmente chegou o dia do incidente. Era uma madrugada de 2ª para 3ª feira. Eu havia trabalhado sábado e domingo, que era Dia das Mães - 12 Maio 1963, com minha orquestra e na 2ª feira trabalhei o dia todo no meu emprego no Governo do Estado. Fui dormir exausto, mas à 1 hora da manhã - já do dia 14 Maio 1963 - acordei com o barulho de mais uma festa do milionário. Desesperado por não poder descansar, assim como minha família e com minha filha tendo que acordar as 6 horas para ir ao colégio. Telefonei para a Radio Patrulha.

A Policia compareceu e mais uma vez, conseguiu que ele prometesse parar. Mal os patrulheiros tomaram o elevador, Mariozinho de Oliveira veio à janela para me insultar. Revidei a afronta e ele então ameaçou me agredir, disse mesmo que ia descer para me matar. Enquanto minha senhora medicava minha filha, que tivera uma crise nervosa, apanhei  meu revolver e fui aguardar os acontecimentos na porta da cozinha. Daí a pouco, o milionário que é um homem forte, veio descendo a escada e mesmo vendo que eu estava armado, avançou para mim. Na eminência de ser agredido, dei 2 tiros para assustá-lo e um atingiu a sua perna. Enquanto ele subia para medicar-se, eu fui à janela e chamei os patrulheiros que estavam ainda lá embaixo. Estes providenciaram uma ambulância e eu lhes entreguei minha arma, contando os fatos.

Minha intenção foi de assustá-lo e evitar ser agredido, pois se quisesse matá-lo tinha mais 4 balas no revolver. Parece que agora as coisas vão melhorar, pois depois dos fatos, houve uma reunião do condomínio, na qual ficou declarado que se houver outra festa ou balbúrdia, ele será processado na forma da lei.


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