I wish I had been born an ugly Black man!
Maysa Figueira Monjardim was controversial in everything she did or said. As she grew up a member of the 'leisure classes' she never had to think too much before saying something outrageous. According to some of her biographers she had lenient parents. She was pampered, a spoiled brat and did poorly in school. When she'd become too troublesome to her own family, she would be 'dumped' in some expensive boarding school and 'forgotten about' for a couple of months.
When Maysa was 14 years old she already looked a full-grown woman and was the aim of many a leering-eye of all sort of males from the upper class eager to bed her. She eventually fell in love with an older (rich) man, who married her before she had reached the age of 18.
Her husband soon started behaving like her parents: he dumped her whenever he had something better to do. When Maysa realized she was not important to her husband she became bitter. While she was pregant she would play guitar and write sad songs. After the birth of her only son, on 19 May 1956, Maysa went back to singing at high-society gatherings as she did when she was single. Her husband allowed her to record a 10" album for RGE, an independent label, so long as the proceedings of the sales reverted to a favourite charity. And that's how rich hubby ended up losing control over this bird.
Soon after the release of her album Maysa becomes notorious in the press, being portrayed as a 'rich lady who recorded popular music' and sometimes drank a little more than she should. The husband tried to stop her getting more involved with show business but Maysa was too far gone and decided to dump him (the hubby) instead. She had learned to be her own person.
In a Catholic country where divorce was banned and separated women were mostly seen as 'fallen women', Maysa becomes a hot piece of news. That's when she goes up to #1 in the charts with 'Ouça' (Listen) where she tells her lover (most likely her husband) to go away and gives him a few tips on how to be more caring next time around.
'Meu mundo caiu' (My world has tumbled down) was her second #1 where she tells almost the same story... only stressing that it was not she who had fallen from grace but her world itself which had tumbled down. So Maysa slowly built up an image of 'devil-may-care' and the press loved it.
In 1958, Maysa was in the headlines every week. In July 1958, she said she'd rather have been born an ugly black man than a beautiful female.
In a Catholic country where divorce was banned and separated women were mostly seen as 'fallen women', Maysa becomes a hot piece of news. That's when she goes up to #1 in the charts with 'Ouça' (Listen) where she tells her lover (most likely her husband) to go away and gives him a few tips on how to be more caring next time around.
'Meu mundo caiu' (My world has tumbled down) was her second #1 where she tells almost the same story... only stressing that it was not she who had fallen from grace but her world itself which had tumbled down. So Maysa slowly built up an image of 'devil-may-care' and the press loved it.
In 1958, Maysa was in the headlines every week. In July 1958, she said she'd rather have been born an ugly black man than a beautiful female.
Maysa faz uma declaração rude à Revista do Rádio, de 19 Julho 1958, que não pensou 2 vezes em publicar tal baixaria.
Em declarações a um jornalista, Maysa afirmou que desejava ter nascido homem (prêto e feio!). O motivo bem revela seu estado de espírito: 'Os homens pretos e feios têm aborrecimentos porque têm. Não os criam. São mais felizes. Assim creio eu. Não há vantagens em ser mulher. Os homens têm mais liberdade de ação e de atos'.
Tudo isso ela confirmou à nossa reportagem, certa do que dizia. Não há dúvida de que, quando surgiu cantando, Maysa tinha como principal atração o famoso sobrenome: Matarazzo. Logo que se tomou conhecimento dos seus versos (e sua voz) verificou-se de estar diante de uma forte personalidade de artista. O seu canto era triste, dramático e verdadeiro. Hoje, sua vida é conhecida. Ela mesma não esconde:
- Canto meu estado d'alma. Vivo e canto tudo o que sinto.
- Canto meu estado d'alma. Vivo e canto tudo o que sinto.
- Por que as palavras 'meu mundo caiu', em uma de suas canções?
- 'Ele, realmente havia caído.'
Maysa desmente haver trocado o nome Matarazzo pela canção. Houve, sim, o fracasso de um casamento. Perguntamos se um amor pode apagar o outro. Não houve vacilação na resposta:
- Pode, quando o 'apagado' não é verdadeiro.
- Considera o suicídio uma solução?
- Às vezes é.
- Qual a sua maior decepção?
- A campanha que determinados jornais fazem contra mim.
- E a maior alegria?
- O meu filho.
- Você é mesmo milionária?
- Antes de ser Matarazzo eu era Monjardim.
- Já deu prejuízo a alguém?
- Até hoje só deram a mim.
- Que faz do dinheiro que recebe como cantora?
- Durante 6 meses fiz donativos. Agora, gasto, como quero.
Com apenas 22 anos de idade, Maysa vê o futuro sem nenhuma ilusão. Teve ou tem a fortuna e o prestígio na mais alta sociedade brasileira. Hoje possui a fama e a plena realização artística. Não ficou imune às campanhas de descréditos, nas quais nada lhe pouparam. Se a mulher Maysa é humilhada, exposta da maneira mais sórdida aos olhos do público, a cantora Maysa firma-se definitivamente. Maysa, a mulher e a cantora, afirma:
- Desde que comecei a cantar tentaram destruir-me. Jamais conseguirão o intento. Não darei êsse prazer a ninguém.
- Que mais deseja?
- Viver em paz, entre os homens de boa vontade. Não é pedir muito.
Quando essa reportagem já estava pronta divulgou-se a notícia de que Maysa, perdera na Justiça, a questão com o seu empresário de Recife, sendo obrigada a indenizá-lo em 200 mil cruzeiros por perdas e danos, pelo não cumprimento de um contrato.
Revista do Radio, 19 Julho 1958.
Revista do Radio, 19 Julho 1958.
BLECAUTE, confirmando MAYSA: VALE A PENA SER PRÊTO... MAS, SIMPÁTICO!
Reportagem da Revista do Radio de 11 Outubro 1958, seria uma 'resposta' de um membro da comunidade negra brasileira às declarações de Maysa, mas na verdade não passa de platitudes batidas e escamoteações banais.
Texto: Max Gold for 'Revista do Radio'
11 Otuburo 1958.
O cidadão Octávio Henrique de Oliveira nasceu em Espírito Santo do Pinhal-SP. Saiu de sua cidade com apenas 5 anos. Estudou em colégios religiosos, foi mensageiro de telegramas, trabalhou em oficinas mecânicas, cantou em programas de calouros, e tornou-se artista profissional em São Paulo. Naquele ano o mundo estava em guerra e a expressão 'blackout' (pronuncia-se: blecaute) estava em evidencia devido aos bombardeamentos da Força Aérea Nazista contra a Inglaterra, e a população inglesa era obrigada a apagar qualquer vestígio de luz durante a noite para evitar se tornarem alvo das bombas alemãs.
Devido à sua cor, o humorista Capitão Furtado resolveu mudar o nome do cidadão Octávio Henrique de Oliveira para Blecaute, comparando-o à escuridão acontecida durante os 'black-outs'.
Devido à sua cor, o humorista Capitão Furtado resolveu mudar o nome do cidadão Octávio Henrique de Oliveira para Blecaute, comparando-o à escuridão acontecida durante os 'black-outs'.
Blecaute, o general da banda, gosta de falar. Tem 1.80 m de altura, anda sempre bem vestido e tem fama de 'bonitão'. Quando Maysa, em declarações à Revista do Rádio assegurou que preferia ter nascido homem, prêto e feio, Blecaute saiu-se assim:
- Até que ela está com a razão. Ser prêto tem também as suas vantagens. Se eu fôsse branco, talvez não conseguisse o sucesso que obtive no radio.
- Como você se considera?
- Sou feliz em ser prêto. Não tenho complexos.
E assim Blecaute narrou fatos curiosos da sua vida. Homem de bom humor permanente (e boa praça) tem certa maneira especial de falar:
- No radio não tenho inimigos. Fiz excelentes amizades com a familia Baptista, Ruy Rey, Anísio Silva, Cauby, Emilinha e muitos outros. Para provar que não tenho preconceito, dois dos meus melhores amigos são Grande Otelo e Sivuca.
- Você se julga importante?
- Como general da banda tenho 8 anos de estado maior.
- Qual o seu grande orgulho?
- Sou Flamengo, doente...
Blecaute não demora em responder nenhuma pergunta. Balança o corpo, sorri e diz o que sente.
- Minha única viagem fora do Brasil aconteceu no Uruguay. Passei 15 dias em Punta del Este. Achei fabuloso o cartaz que Dick Farney possui naquela estação balneária. Fiz sucesso com as Marias. Escandalosa e Candelária...
- Qual o fato que mais lhe chamou a atenção?
- Foi a grande curiosidade formada em tôrno de mim. Turistas europeus procuravam conversar comigo e passavam a mão no meu rosto. Faziam isso disfarçadamente. Na verdade queriam sentir como era a minha pele...
- Houve algum aborrecimento?
- Não poderia haver. Muitas mãos sedosas fizeram carícias aqui na cara do papai...
- Qual o seu maior desejo?
- Cantar um dia na minha cidade, Espírito Santo do Pinhal-SP, em um espetáculo de benefício.
Blecaute encerrou a sua entrevista. Seu afastamento da cidade onde nasceu tem a justificação: não quis voltar ao lugar onde perdeu seus pais, não quer relembrar uma cena triste.
Espirito Santo do Pinhal-SP, lugar onde nasceu Blecaute, fica no Norte do Estado de São Paulo, na região de Moji Guaçu e Itapira.
MAYSA: O QUE EU PENSO DOS HOMENS
Maysa: What I think about men!
Maysa gives a scathing view about men in general.
They are double-crossers most of the time.
- O maior defeito do homem? Normalmente eles têm tantos defeitos que seria impossível dizer qual o maior deles.
- Eu poderia dizer que o homem mais perfeito do mundo é o meu pai. Mas, isso seria piegas. Afinal de contas, quando existir um só homem perfeito no mundo, o mundo deixará de existir.
- Os homens só têm uma bondade: eles podem ser o que as mulheres quiserem. Para isso basta serem levados com carinho.
- Infelizmente essa é a verdade: os homens nasceram para dominar o mundo.
- E como as leis são feitas por eles, claro que eles são sempre os mais beneficiados.
- Os homens deixarem de ser menos egoístas? Isso é uma coisa tão boa que nós, mulheres, não podemos desejar.
- Volto a dizer o que já disse: se eu voltasse ao mundo, queria ser prêto e feio.
- Para os homens o 9o. mandamento da lei de Deus, praticamente não existe.
- Os carecas são geralmente os homens que mais impressionam as mulheres. É mesmo dos carecas que elas gostam mais.
- A principal missão do homem é construir o lar e amar, para que a vida continue.
- O mais detestável tipo de homem é o bonitão, o conquistador barato.
- O golpe que o homem nasce com ele no pensamento, desenvolve através dos anos e nem sempre o executa, é o 'golpe do baú'.
- Existem, sim, homens de vários tipos. Porém o tipo mais comum é aquele que prefere enganar para ser mais feliz.
- Eu me casei por amor. Meu marido também o fez assim. E não foi por falta de amor que chegamos a separação.
- O homem geralmente nasce enganando, vive engando. O diabo é que no final morre enganado, pois não consegue enganar a morte (que é mulher).
- Convenhamos são fortemente atacados pelas mulheres. Todavia, elas vivem sempre à caça deles.
- Sim, porque é isso mesmo. Já imaginaram um mundo sem homens? Seria tenebroso! As mulheres não tinham nem de quem falar mal.
'Luta Democrática' was a Duque de Caxias-DF daily newspaper that printed all news fit or unfit to print. Tenorio Cavalcanti was a right-wing politician who had a populist streak and pandered for the working class of Rio de Janeiro and its surrounding suburbs and towns called Federal District (DF).
Right-wing politicians in Brazil have always had a preference for the word 'democracy'. The more authoritarian they are the more they resort to the use of the word 'democracy'. UDN - National Democratic Union was the name of the national right wing party which were instrumental in the introduction of the longest and bloodiest Dictatorship in Brazilian history. So, following their tradition of being anti-democratic but using the word 'democracy' nevertheless, 'Luta Democrática' was this popular newspaper.
Here's an example of how they went about in their daily business. They attack singer Maysa mercilessly for being a woman. A woman who doesn't know her place. Even Maysa being born and bred in the upper classes doesn't mean much for them right-wingers. It actually infuriates them. They actually make a double standard and try to get the lower classes against Maysa for being a 'spoiled rich slut'.
'Luta Democrática' article compares the treatment given to a poor fellow who happens to be caught by the Police without his documents and is almost beaten to death and left on the street to fend for himself. A real 'concerned' newspaper would have done everything in its power to get to know the names of such policemen and get them dismissed from the Force. But in 'Luta Democrática's article they are only trying to infere that Maysa should have met the same treatment for having left her husband and having had love affairs with many men. She should be beaten to death. That's the ultimate goal of the article.
Right wing populist policies in Brazil is well known. They used to play a double game and one could even be confused at first sight and think they were actually defending the poor. But that was only a first impression. What they were actually doing was to try to punish the 'upper class bitch that doesn't know her place is on the side of her industrial husband'.
Tolerância criminosa
Enquanto isso, em Copacabana, o reinado da 'juventude e da velhice transviada' em que se misturam contraventores, proxenetas (cafetões) e aventureiros internacionais nas boites de 1a. classe, com herdeiros de nomes tradicionais da família brasileira, delegados e comissários agem com uma prudência que só o medo justifica. Medo de perder a posição que desfrutam, descrença de que seus superiores tenham fôro íntimo de justiça e caráter bastante para defendê-los, enfrentando a gang que estrangula a moral social brasileira, sindicato poderoso que dispõe de imprensa e vastos recursos financeiros.
Maysa Matarazzo é um exemple vivo dessa degeneração de costumes que, partindo da alta sociedade, já está atingindo uma parte da classe média, embora não se tenha ainda instalado nos lares de formação burguesa da Zona Norte do Rio de Janeiro.
Admite-se que um artista, um politico, um particular, um magistrado ou um sacerdote mesmo, se veja envolvido num escândalo, com ou sem razão. É a lei da fatalidade que tem negado a muitos inocentes a possibilidade de desmanchar a trama que o colheu. Mas não se compreende que uma mulher despudorada afronte a família brasileira, ora despindo-se em público, ora embriagada, dirigindo automóvel perigosamente, em ruas movimentadas, ou aparecendo na TV, cambaleante, de cigarro à bôca, seguida dentro da noite por um cortejo de amantes e incentivada nesse desregramento de vida pelos falsos admiradores de sua vocação artística.
O último escândalo
Há dois dias, através de um telefonema anônimo, o comerciante Sylvio Hoffmann, sócio da Cantina Fiorentina, situada na Avenida Atlântica, 458, foi avisado de que Paulo Cesar Tavares de Lima, vulgo Paulinho-Pouca-Roupa (branco, solteiro, 28 anos, diretor da boite Hawaii, domiciliado na Rua Ministro Viveiros de Castro, 87, apto. 14, telefone 37-3184) e Nélio Celestino (branco, solteiro, 28 anos, funcionário da Prefeitura do Distrito Federal, residência ignorada), na madrugada de ontem, depredaram a referida cantina, pelo fato de Maysa Monjardim, ex-Matarazzo, ser assídua frequentadora daquele local, em companhia de um amante.
Ciúme de ex-amante
O aviso adiantava que Paulinho-Pouca-Roupa, ex-amante de Maysa, encontrava-se extremamente enciumado e disposto a tirar uma forra contra Milton Moraes, artista da TV Tupi, apontado como sendo o 'dono' atualmente do coração de Maysa.
Em face daquele aviso, Sylvio Hoffmann procurou incontinenti, o comissário Ruy Dourado, seu amigo particular, pondo-o a par da situação. A autoridade, embora, não estivesse de plantão no 2o. Distrito Policial, resolveu prestar auxílio ao comerciante Hoffmann e, pessoalmente, foi-se instalar em uma mesa da cantina, ao mesmo tempo que requisitou uma guarnição da Radio-patrulha. Chefiava a guarnição desta o guarda-civil número 1519.
Maysa estava acompanhada
Enquanto o comissário Ruy Dourado permanecia em uma mesa, no fundo do salão, em outra estava Maysa Monjardim, que se fazia acompanhar de Milton Morais, José Epitácio Pessoa e um advogado.
Chega Paulinho-Pouca-Roupa
Precisamente à 1:25 horas, entravam na Fiorentina, Paulinho-Pouca-Roupa e seu amigo inseparável Nélio Celestino, que foram procurar uma mesa bem em frente daquela onde se sentavam Maysa e seus amigos. Olhares furiosos eram lançados por Paulinho contra Maysa. Quando a desordem estava prestes a ser iniciada, o comissário Ruy Dourado resolveu agir. Convidou Paulinho e Nélio a comparecer ao 2o. Distrito Policial. Ambos, ainda pretenderam discutir a razão do 'convite', mas ante a presença dos patrulheiros, resolveram viajar até à Delegacia da Rua Hilário Gouveia. Ali, perante o comissário Hermes, os dois detidos alegaram que nada tinham contra Maysa e seus acompanhantes. Não pretendiam, conforme denunciaram, depredar a Cantina e tampouco agredir Milton Morais.
Ameaçada de chantagem
Após a 1a. tentativa de suicídio, Maysa diz-se ameaçada de chantagem. Foram presos um compositor e dois amigos que o acompanhara à sua residencia, para pedir-lhe que contasse um samba de sua autoria. Era sede de escândalo e publicidade.
Depois veio a 3a. tentativa de suicídio e uma precatória do juiz de direito de Entre Rios, que a estava processando por atentado ao pudor.
A Policia precisa ser mais severa com essa moça que nos distritos policiais só recebe míseras palmadinhas nas costas, pelos seu desregramentos enquanto, por falta de documentos o operário Mario Inácio Damasceno é espancado até à morte.
Maysa meets Ivon Curi at 'Revista do Radio' office and is invited to his wedding that would take place in Portugal soon after. Maysa had put on a few kilos but was looking good and happy... she obviously was very friendly with Ivon... RR n. 545 - 1960.
daily 'Luta Democrática'
'Luta Democrática' was a Duque de Caxias-DF daily newspaper that printed all news fit or unfit to print. Tenorio Cavalcanti was a right-wing politician who had a populist streak and pandered for the working class of Rio de Janeiro and its surrounding suburbs and towns called Federal District (DF).
Right-wing politicians in Brazil have always had a preference for the word 'democracy'. The more authoritarian they are the more they resort to the use of the word 'democracy'. UDN - National Democratic Union was the name of the national right wing party which were instrumental in the introduction of the longest and bloodiest Dictatorship in Brazilian history. So, following their tradition of being anti-democratic but using the word 'democracy' nevertheless, 'Luta Democrática' was this popular newspaper.
Here's an example of how they went about in their daily business. They attack singer Maysa mercilessly for being a woman. A woman who doesn't know her place. Even Maysa being born and bred in the upper classes doesn't mean much for them right-wingers. It actually infuriates them. They actually make a double standard and try to get the lower classes against Maysa for being a 'spoiled rich slut'.
'Luta Democrática' article compares the treatment given to a poor fellow who happens to be caught by the Police without his documents and is almost beaten to death and left on the street to fend for himself. A real 'concerned' newspaper would have done everything in its power to get to know the names of such policemen and get them dismissed from the Force. But in 'Luta Democrática's article they are only trying to infere that Maysa should have met the same treatment for having left her husband and having had love affairs with many men. She should be beaten to death. That's the ultimate goal of the article.
Right wing populist policies in Brazil is well known. They used to play a double game and one could even be confused at first sight and think they were actually defending the poor. But that was only a first impression. What they were actually doing was to try to punish the 'upper class bitch that doesn't know her place is on the side of her industrial husband'.
Maysa Monjardim & Andre Matarazzo her then husband.
Jornal 'Luta Democrática' de 10 Janeiro 1959.
Antes de contar a ultima aventura de Maysa Matarazzo, um comentário que esperamos seja lido pelo general chefe de Policia. Quem leu os jornais de ontem, 9 Janeiro 1959, sentiu dó e revolta. Piedade de Mario Inácio Damasceno, operário, morador em Três Rio, espancado barbaramente pela Policia, ao desembarcar no Rio de Janeiro pelo 'crime' de não possuir documentos. As testemunhas da violência ficaram a distancia, esperando que os sicários (facínoras que usavam punhais) se fossem para socorrer a vítima. Revolta contra aqueles que vilipendiam a nobre missão de agentes-da-lei para agir como bandidos vulgares atentando contra os mais sagrados direitos humanos, entre os quais se inclui o de não ter medo da Policia.Tolerância criminosa
Enquanto isso, em Copacabana, o reinado da 'juventude e da velhice transviada' em que se misturam contraventores, proxenetas (cafetões) e aventureiros internacionais nas boites de 1a. classe, com herdeiros de nomes tradicionais da família brasileira, delegados e comissários agem com uma prudência que só o medo justifica. Medo de perder a posição que desfrutam, descrença de que seus superiores tenham fôro íntimo de justiça e caráter bastante para defendê-los, enfrentando a gang que estrangula a moral social brasileira, sindicato poderoso que dispõe de imprensa e vastos recursos financeiros.
Maysa Matarazzo é um exemple vivo dessa degeneração de costumes que, partindo da alta sociedade, já está atingindo uma parte da classe média, embora não se tenha ainda instalado nos lares de formação burguesa da Zona Norte do Rio de Janeiro.
Admite-se que um artista, um politico, um particular, um magistrado ou um sacerdote mesmo, se veja envolvido num escândalo, com ou sem razão. É a lei da fatalidade que tem negado a muitos inocentes a possibilidade de desmanchar a trama que o colheu. Mas não se compreende que uma mulher despudorada afronte a família brasileira, ora despindo-se em público, ora embriagada, dirigindo automóvel perigosamente, em ruas movimentadas, ou aparecendo na TV, cambaleante, de cigarro à bôca, seguida dentro da noite por um cortejo de amantes e incentivada nesse desregramento de vida pelos falsos admiradores de sua vocação artística.
O último escândalo
Há dois dias, através de um telefonema anônimo, o comerciante Sylvio Hoffmann, sócio da Cantina Fiorentina, situada na Avenida Atlântica, 458, foi avisado de que Paulo Cesar Tavares de Lima, vulgo Paulinho-Pouca-Roupa (branco, solteiro, 28 anos, diretor da boite Hawaii, domiciliado na Rua Ministro Viveiros de Castro, 87, apto. 14, telefone 37-3184) e Nélio Celestino (branco, solteiro, 28 anos, funcionário da Prefeitura do Distrito Federal, residência ignorada), na madrugada de ontem, depredaram a referida cantina, pelo fato de Maysa Monjardim, ex-Matarazzo, ser assídua frequentadora daquele local, em companhia de um amante.
Ciúme de ex-amante
O aviso adiantava que Paulinho-Pouca-Roupa, ex-amante de Maysa, encontrava-se extremamente enciumado e disposto a tirar uma forra contra Milton Moraes, artista da TV Tupi, apontado como sendo o 'dono' atualmente do coração de Maysa.
Em face daquele aviso, Sylvio Hoffmann procurou incontinenti, o comissário Ruy Dourado, seu amigo particular, pondo-o a par da situação. A autoridade, embora, não estivesse de plantão no 2o. Distrito Policial, resolveu prestar auxílio ao comerciante Hoffmann e, pessoalmente, foi-se instalar em uma mesa da cantina, ao mesmo tempo que requisitou uma guarnição da Radio-patrulha. Chefiava a guarnição desta o guarda-civil número 1519.
Maysa estava acompanhada
Enquanto o comissário Ruy Dourado permanecia em uma mesa, no fundo do salão, em outra estava Maysa Monjardim, que se fazia acompanhar de Milton Morais, José Epitácio Pessoa e um advogado.
Chega Paulinho-Pouca-Roupa
Precisamente à 1:25 horas, entravam na Fiorentina, Paulinho-Pouca-Roupa e seu amigo inseparável Nélio Celestino, que foram procurar uma mesa bem em frente daquela onde se sentavam Maysa e seus amigos. Olhares furiosos eram lançados por Paulinho contra Maysa. Quando a desordem estava prestes a ser iniciada, o comissário Ruy Dourado resolveu agir. Convidou Paulinho e Nélio a comparecer ao 2o. Distrito Policial. Ambos, ainda pretenderam discutir a razão do 'convite', mas ante a presença dos patrulheiros, resolveram viajar até à Delegacia da Rua Hilário Gouveia. Ali, perante o comissário Hermes, os dois detidos alegaram que nada tinham contra Maysa e seus acompanhantes. Não pretendiam, conforme denunciaram, depredar a Cantina e tampouco agredir Milton Morais.
Depois de 25 minutos de explicações, afirmativas do sócio da Cantina e negativas de Paulo Cesar, a autoridade policial depois de aconselhar o ex-amante de Maysa a ter mais juízo, resolveu mandá-lo embora, juntamente com o amigo inseparável.
Milton estava avisado
Com as dificuldades naturais, que sempre surgem em casos dessa natureza conseguimos apurar que Sylvio Hoffmann, tão logo deparou com Maysa Monjardim e Milton Morais, em sua cantina, avisou-os do que poderia acontecer. Milton Morais, mesmo diante da ameaça de receber uma contundente surra não se atemorizou. Limitou-se a sorrir e aguardar os acontecimentos.
Milton estava avisado
Com as dificuldades naturais, que sempre surgem em casos dessa natureza conseguimos apurar que Sylvio Hoffmann, tão logo deparou com Maysa Monjardim e Milton Morais, em sua cantina, avisou-os do que poderia acontecer. Milton Morais, mesmo diante da ameaça de receber uma contundente surra não se atemorizou. Limitou-se a sorrir e aguardar os acontecimentos.
Maysa, ao contrário de Milton, ficou nervosa e quando notou a presença de Paulinho, não escondeu o desejo de deixar a cantina, o que fez, tão logo o comissário Ruy Dourado intimou os dois homens. O destino da mulher e do seu acompanhante, ficou ignorado.
Tentou o suicídio
No ano que passou Maysa, considerada a maior cantora nacional, tentou o suicídio três vezes. Da 1a. dizia o boletim médico, assinado pelo dr. Leônidas Fonseca: 'etilismo agudo, excitação psico-motora e escoriação na região anterior do pulso esquerdo'. É que ela andava de amores com o jovem Cesar Tardini e este queria variar. Impressionando os repórteres que foram entrevistá-la, disse que até anos atrás só sabia rir e agora era-lhe impossível rir com gosto. E encastoou a frase: 'Eu devia ter nascido homem!'
Ameaçada de chantagem
Após a 1a. tentativa de suicídio, Maysa diz-se ameaçada de chantagem. Foram presos um compositor e dois amigos que o acompanhara à sua residencia, para pedir-lhe que contasse um samba de sua autoria. Era sede de escândalo e publicidade.
Compra whiskey falsificado
A 3 de abril de 1959, Maysa recusou-se a comparecer à repartição policial competente, para depor num caso de falsificação de whiskey do qual ela adquirira 1 caixa. No dia 3 de junho tentou novamente o suicídio, encerrando-se em sua residência (Rua Inhangá, 45); abriu o gás e tomou forte dose de barbitúrico, sendo medicada no Hospital Miguel Couto. Nova publicidade e uma declaração de amor que ela diz ter trocado pela arte, mas que se pode dizer também... por uma vida desregrada.
A Policia precisa ser mais severa com essa moça que nos distritos policiais só recebe míseras palmadinhas nas costas, pelos seu desregramentos enquanto, por falta de documentos o operário Mario Inácio Damasceno é espancado até à morte.
Maysa meets Ivon Curi at 'Revista do Radio' office and is invited to his wedding that would take place in Portugal soon after. Maysa had put on a few kilos but was looking good and happy... she obviously was very friendly with Ivon... RR n. 545 - 1960.
Maysa & Jaime her son in Rio in 1957.
'Revista da Semana' 1957.
No comments:
Post a Comment