Friday, July 25, 2014

ROBERTO VIDAL

There was a time from 1952 to 1962, Nelson Gonçalves was simply the most popular male singer in Brazil. He had a strong baritone voice and recorded samba-canções, dolent melodies usually depicting a personal drama involving 'fallen women' and betrayed trust. A Portuguese song-writer called Adelino Moreira provided most of Nelson's hits

By late 1959, Nelson and Adelino had a major fall-out and as a result Adelino gave 'Negue' - one of this best songs - to a new-comer called Roberto Vidal.

Roberto Vidal was born on 28 July 1933, and as it was the day before Saint Peter's day, his mother gave called him Pedro (Peter). His father had already chosen the name Sidney to honour the owner of a factory in which he worked so the baby was christened Pedro Sidney Grigoletto.  

Grigoletto's grandparents were from Verona and Treviso, Italy and migrated to Brazil in 1888, to work in a coffee plantation in the São José do Rio Pardo's region. His father moved to Sao Paulo and settled in Ipiranga, a working class district where he eventually married and Roberto was born. 

One of his uncles used to work at Cine Dom Pedro I, where Roberto would spend a lot of his free time watching American movies. Roberto's mother was amazed when she realized Roberto could sing songs he had learned from musicals after watching them a few times and thought he'd be a singer when he grew up. Actually, Roberto was usually chosen to sing the National Anthem by the pianist-teacher at I Grupo do Ipiranga every week.

Unfortunately, destiny was cruel to the Grigoletto family. One day in 1940, when Roberto was only 7 years old his mother was hit by a truck while crossing a busy street in Ipiranga. Roberto was actually by his mother's side but was miraculously spared of any injuries. His mother was badly hit and taken first to a Pateo do Collegio's First Aid unit, then transfered to Santa Casa where she died 3 hours after the accident. 

After that, Roberto was taken care by his aunts until a year later his father re-married - to his great sadness. Life went on and after having finished Elementary School he started working at a factory in Ipiranga until such day as he went to sing in a radio gong-show and won the day. 

Roberto sang many times at popular Radio Cultura's 'Peneira Rhodine' but his claim to fame comes from having won the 'Calouros em desfile' competition and being signed by Organização Victor Costa to appear regularly as a professional singer at Radio Nacional Paulista.

Soon, Roberto was spotted by RCA Victor subsidiary RCA Camden and given a contract to record. A&R man Paulo Rocco suggested Pedro Sidney a change of name to Roberto Vidal and he was lucky enough to come across a very good song written by Adelino Moreira that would put him on the Brazilian show business map. 

Even though Roberto was the first to record 'Negue' somehow, Carlos Augusto's Odeon recording of 'Negue' shot to Number One in the country instead.

Just when things looked bad, Vidal recorded 'Maria Helena' that vied with 'Negue' in the Hit Parade. Not long after that, Vidal hit with Adelino's 'Dois amores' and had a follow up with the sombre 'Quatro velas' (Four candles) where he tells a sad story about losing his young wife. 'Quatro velas' had been recorded by Norma Ardanuy in 1953, but Roberto's cover was superb and made a lot more sense for it was originally written for a male to sing. 

As rock'n'roll and other modern trends made themselves felt, Roberto Vidal found less and less chances of getting back on top so by 1964, Vidal was without a recording contract. But he has never been forgotten by those who had the chance to listen to his plaintive voice.
Pedro Sidnei Grigoletto, seu verdadeiro nome, começou a carreira no programa de calouros ‘Peneira Rhodine’, diretamente do auditório super-animado da Radio Cultura, na Avenida São João. Depois se sagrou campeão do programa 'Calouros em Desfile' da Organização Victor Costa, dona da Radio Nacional Paulista, sendo contratado pela emissora. 

Oriundo da região do ABC Paulista, morou no Ipiranga, apresentando-se no C.D.R. São José, no CAI, no Cisplatina etc. cantando em dupla com a noiva como ‘Sidão & Cidinha’. 

Tendo a voz parecida com a de Nelson Gonçalves, Vidal foi contratado pela RCA Camden, e passou a lançar 78 rpms de grande aceitação popular. Apesar de nunca ter conseguido a fama de seu ídolo, Roberto lançou musicas de muita qualidade - 'Negue', 'Maria Helena', 'Dois amores', que seriam, mais tarde, gravadas por vários artistas. 

Na época em que Adelino Moreira rachou com o ‘Metralha’, Roberto tornou-se o lançador oficial dos sambas-canções do compositor lusitano. “Dois amores” é um samba-canção meio gozador, pois o cara tem duas mulheres gostando dele, e o garanhão não sabe com qual ficar.
'Roberto Vidal' CALB-5038 RCA Camden 
A biografia de Roberto Vidal pode ser assim descrita: paulista do bairro do Ipiranga, começou cantando em parques infantis. Em seguida meteu-se em programas de calouros. Venceu um deles que oferecia cameras fotográficas como prêmio e isso por 18 vezes. Em 1957, entrou no concurso 'A Procura da Mais Bela Voz' e conseguiu o 3o. lugar. No concurso 'A Voz de Ouro' classificou-se em 1o. lugar. No programa 'Calouros em Desfile' conquistou o 1o. posto. Convidado por Alberto Dias, veio para a RCA onde confirmou plenamente suas qualidades de cantor. Ei-lo agora neste LP produzido por Julio Nagib. assinado: Basilio Alves.  
5 March 1960 - Radiolandia n. 309; 'Negue' is #5 in Sao Paulo's charts. 
2nd April 1960 - Roberto Vidal's 'Negue' is #5 in Sao Paulo while Carlos Augusto's 'Negue is #5 in Rio de Janeiro.
15 July 1961 - Radiolandia n. 356 - Vidal's 'Maria Helena' is #3 in Sao Paulo.

When it comes to the crunch, Roberto Vidal had 4 hits; starting with 'Negue' in March 1960, which sold well in São Paulo while Carlos Augusto's Odeon recording of the same tune sold better nationally; a year later, April 1961, 'Maria Helena' climbed almost to the top of the charts; Vidal followed it up with 'Dois amores' and 'Quatro velas'. His plaintive voice was perfect for this sort of songs. 
Radiolandia n. 364 - 28 October 1961 -  Roberto referred to as Bob Vidal by Radiolandia's columnist Mauro Pires while 'Dois amores' b/w 'Ofensa' was up in the charts. 

Roberto Vidal's discography 

80-2159 - 'Negue' b/w 'Triste coração' (Aldacir Louro-Linda Rodrigues).
Extended-play 'Negue' released by RCA Camden feat. 'Rainha do pecado'.

CAM-1009 - 'Rainha do pecado' (Alceu Carlos Lour) b/w 'Concurso' (Archimedes Messina)
CAM-1105 - 'Quatro velas' (Sereno-Hubaldo Silva) b/w 'Fim de jornada' (Paulo Rogério).
This is Roberto Vidal's last recording. It was produced by Roberto Stanganelli, an accordionist who doubled up as a sheet music publisher and record-shop owner. It was recorded in Stereo in 1972. Roberto sang most of his old repertoire accompanied by a 'regional' combo. Some songs came out even better than the original like 'Dois amores'; others like 'Quatro velas' were not up to scratch. Roberto's voice was still as good as gold.
Revista do Radio n. 586 - 19 November 1960.
Dois amores

Eu vi as duas chorando, 
chorando por mim, sofrendo por mim
(eu v, eu vi, eu vi, eu vi)

Fui consolar uma delas
a outra chorou , chorou muito mais
(sofri, sofri, sofri, sofri)

Eu que vivia sofrendo sem um bem a quem amar
tenho duas me querendo e não sei com qual ficar
pois se uma me admite, a outra muito me quer
e Deus do céu só permite um homem p’ra cada mulher

Se eu não fosse marmanjo, já cansado de pecar
e pudesse ser um anjo com azinhas p’ra voar
iria pedir a Deus, lá no espaço sem fim
que mudasse a Lei do Céu, deixando a duas p’ra mim. 

samba de Adelino Moreira; canta: Roberto Vidal.

Maria Helena

Um dia Maria Helena,
triste morena me procurou
veio saber se eu sabia
daquele amor que foi seu um dia

'Não chore, Maria Helena, não chore',
cheio de pena lhe respondi,
'Aquele amor que foi seu um dia, Maria
nunca mais eu vi'.

Não chore, Maria Helena, não chore
eu estou aqui p’ra lhe consolar
seu amor talvez ainda se demore
mas o meu amor acaba de chegar

Maria Helena me olhou
no fundo dos olhos 
e chorou, chorou. 

samba-canção de Adelino Moreira; gravação de Roberto Vidal.

Quatro velas

Era ela a dona da minha vontade,
era ela a minha mais doce amizade
era ela que meu coração alegrava
que louva de raiva brigava, se alguém por acaso me olhava, era ela

Era ela que o bairro inteirinho adorava
quando à noite na roda de samba cantava
era ela que a vizinhança atendia
levando p'ra uns alegria e conforto p'ra quem pedia.

Mas um dia, que todos nós temos o nosso
todo bairro de dor e tristeza chorou 
recordar sem chorar, não sei mesmo se posso
tal o golpe que o meu coração suportou

Sobre a mesa de pinho do nosso quartinho
quatro velas falavam de um luto de amor
era ela que Deus para sempre levou
e depois nunca mais a tristeza me abandonou.

samba de Sereno & Hubaldo Silva; canta: Roberto Vidal.

Comentários sobre 'Quatro velas'

Morte em música popular não é um tema muito comum. Na antiga musica Sertaneja a morte era mais comum, mas na popular, a morte sempre passou ao largo. ‘Quatro velas’, como diz o título, descreve nua e cruamente o cadáver da personagem principal dentro de um caixão, circundado por quatro velas ardentes, em cima da mesa de pinho do quartinho do barraco onde moravam ela e o contador da história.  

A heroína era quase que uma líder comunitária, pois bastante popular no bairro onde morava, visitando pessoas em suas casas, para levar conforto aos menos afortunados, mesmo que ela própria, morasse em apenas um quartinho. Além disso, ela cantava em rodas de samba quando o bairro congregava na alegria. 

O contador não revela a ‘causa mortis’, mas apenas o fato inexorável da visita da Morte, não deixando de lembrar a todos os ouvintes que é um dia ‘que todos nós temos o nosso’. 

“Quatro velas’ me impressionou muito quando eu o ouvi no radio, ainda menino. Depois que cresci, procurei esse disco como agulha no palheiro, mas só vim a escutar essa música novamente na vóz do grande Noite Ilustrada que a gravou em um de seus inúmeros LP’s, como parte de um pot-pourri nos anos 90.

O tema musical: Morte
escrito por Jaime Moura, que também teve seu 'dia' em 2012. 

'Quatro velas' me impressionou muito quando eu a ouvi no radio, ainda menino. Depois que cresci, procurei esse disco como agulha em palheiro, mas só vim a escutar essa música novamente na voz do grande Noite Ilustrada, que a gravou em um de seus inúmeros LPs, como parte de um pot-pourri nos anos 1990s. 

Considero 'Quatro velas' a música mais pungente, das que descrevem a morte de alguma forma. 'Coração de luto', de Teixeirinha, talvez seja a mais famosa de todas, embora os falsos intelectuais e fariseus tentem desmerecê-la, tentando ridiculariza-la, chamando-a de 'Churrasquinho de mãe', o que eu considero um tremendo mau-gosto e de uma má-fé gritante. Os fariseus devem ter problemas em lidar com a morte e se inflamam quando veem que o Teixeirinha contou em versos e música a tragédia que foi sua própria vida. 

Agora, vai a letra de 'Maria Helena', que não tem nada de morte, nem com a outra Maria Elena (és a verbena que murchou...) Jaime Moura. 
Fatos & boatos sobre o paradeiro de Roberto Vidal 

do site 'São Paulo, minha cidade'; autor: Leonello Tesser (Nelinho)

Hoje quero falar de um grande amigo com quem passei agradáveis momentos na minha juventude. Trata-se de Pedro Sidnei Grigoletto. Nós frequentávamos o C.D.R. São José, esse rapaz cantava muito bem. Dono de excelente voz, foi finalista de um concurso que a TV Record, Canal 7, realizou para descobrir novos talentos. Logo em seguida passou a atuar no radio e TV sob o nome artístico de Roberto Vidal. 

Gravou alguns discos, participando do programa 'Astros do Disco', que a TV Record exibia aos sábados à noite. Membro de tradicional família do Ipiranga, Sidnei, infelizmente teve uma carreira artística muito curta. 

Por onde andará esse velho amigo?  e-address do autor: It.Itesser@hotmail.com

Nelinho,

Conheci o Roberto Vidal quando ele cantava com a noiva e a dupla chamava-se Sidão & Cidinha. Infelizmente, a última vez que o vi (foi no Ipiranga), ele estava totalmente devastado e completamente desequilibrado pelo vicio do tóxico. Infelizmente foi mais um que não aguentou o sucesso. Pena, pois ele era um bom cantor e uma excelente pessoa. Abraços, A.Souto. (enviado em 20 Fevereiro 2008 por Antonio Souto: asouto26@yahoo.com.br).

Notícias atuais sobre Roberto Vidal. Aos membros da comunidade:

Recentemente recebi notícias de familiares do Roberto Vidal (Pedro Sidnei Grigoletto). Não é verdade que ele 'vagueia' pelo bairro do Ipiranga, em São Paulo. É certo que ele está sempre sentado em algum banco nas proximidades do Museu, mas isso, como tantas outras pessoas aposentadas que já deram sua contribuição ao Brasil. E Roberto Vidal foi um de nossos melhores cantores!

Há poucos dias, uma prima nossa foi até o Ipiranga e conversou com Roberto Vidal. Este lhe deu atenção, foi gentil, identificou-se com seu R.G. e falou sobre alguns Grigolettos que poderiam ser os mesmos parentes de ambos, já que minha prima também tem sobrenome Grigoletto. Em poucos momentos de conversa, não demonstrou estar desequilibrado, como dizem alguns comentários. Aparentemente está bem de saúde. Um grande abraço, Getúlio Grigoletto. 
Roberto Vidal em 2012

Roberto Vidal registra sua voz para a posteridade em instalação no Monumento à Independência do Brasil no Ipiranga, em Julho de 2012.

Desde o dia 9 Julho 2012, Roberto Vidal passou a integrar o Monumento à Independência do Brasil. Antigo cantor da região do Ipiranga, Vidal foi gravado cantando sobre as escadas do monumento, de onde, agora podemos ouvir sua voz ecoando em nossos ouvidos, no momento em que estamos de frente para a pira e com o olhar voltado para o centro da cidade de São Paulo. Diante da gigantesca arquitetura do monumento e do esforço realizado pelo cantor sobre as escadas, o trabalho parece evidenciar relações de poder e fragilidade. 
Roberto Vidal nas escadarias do Monumento.

Roberto Vidal in 2018

On 5 October 2018, Myself (Carlus Maximus), Gui Castro Neves and Walter Vidal (no relation) had a meeting with Roberto Vidal in which he told us stories about his career as a professional singer and even discoursed about his childhood. Roberto is an 86 year old gentleman who is none of that silly tirade written by Mr Antonio Souto in 2008. Roberto Vidal does not drink alcohol or even smokes cigarettes let alone other types of 'narcotics' nor has he ever been 'totalmente devastado e completamente desequilibrado pelo vicio do tóxico'. People should think twice before giving such public statements in the Internet. When you don't know what you're talking about you should shut the fuck up!

Carlus Maximus & Roberto Vidal in the morning of 5 October 2018 at Sesc-Ipiranga.
This is where Cine Dom Pedro I used to stand in the 1940s & 1950s.

Roberto Vidal née Pedro Sidney Grigoletto died on 1st April 2019. Not much is known about his death. 

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