Emilinha Borba, Dalva de Oliveira, Marlene e o Rei Momo na revista Carioca de 25 Janeiro 1951.
reportagem com Dalva de Oliveira num pré-Carnavalesco da Radio Nacional. Dalva era forte concorrente ao título de 'Rainha do Rádio' de 1951.
SERÁ DALVA DE OLIVEIRA A RAINHA?
Há um grande alvoroço no meio radiofônico. Cada emissora apresenta ao público sua candidata à Rainha do Radio de 1951 e fica 'torcendo' por sua vitória. Porém só poderá haver uma rainha. A nossa reportagem subiu à Radio Nacional em busca de Dalva de Oliveira, sua candidata oficial. Encontramos um auditório super-lotado e um ambiente francamente carnavalesco fazendo-nos crer que se tratava de um 'grito de carnaval'.
Nosso objetivo era revestir esta reportagem de certa seriedade, mas não contávamos com a situação que se nos apresentou. Como ficar passível diante do felizardo Rei Momo, que rodeado por Dalva, Emilinha e Marlene sorria triunfalmente? Como resistir ao contágio de centenas de pessoas delirantes de febre carnavalesca, vendo ainda, o desafio lançado por Paulo Gracindo e Manoel Barcelos? Decididamente estamos com sorte, pois matamos vários coelhos com uma só cajadada.
Aproveitando uma folguinha, segurei Dalva de Oliveira por um braço e arrastei-a para um lugar mais tranqüilo. Conseguindo meu intento, percebi incontinente que Dalva é de uma simplicidade encantadora, nada tendo de afetada, sendo inteiramente isenta de pedantismo. Sorriu-me como se fossemos velhas amigas e fiz-lhe então a primeira pergunta:
- Dalva, diga para os seus fãs o que pensa dêles.
- São maravilhosos! Diga-lhes pela revista 'Carioca' que só lamento não poder testemunhar de um modo mais concreto tôda minha gratidão para com eles. Foram meus maiores amigos na hora mais dificil de minha vida e acolheram-me com verdadeira ternura. Não tenho palavras com que externar todos meus sentimentos, mas diga-lhes que continuo a precisar de seu precioso apôio e confio em que me farão a 'Rainha do Rádio'.
- Quais os nomes das gravações que você fez com o Francisco Alves?
- 'Valsa da despedida' [Auld Lang Syne], 'Dois corações', 'Malagueña', 'Verão do Havaí' e outras.
- Quais das suas gravações a que mais gosta e qual foi a primeira?
- Sozinha, gravei primeiro 'Tudo acabado', de que muito gosto, assim como: 'Errei sim', 'Que será?', 'Segrêdo' etc.
- Diga-nos agora de que é que você mais gosta na vida?
- De minha mãezinha e meus filhos - respondeu com ternura na voz - e, depois, de minha arte e meus fãs.
Estava bom o bate-papo, mas a nossa entrevistada precisava voltar ao palco para seu número de Carnaval. Acompanhamo-la para novas chapas e o auditório a queria mais perto. Resolvemos então, fotografá-la entre os ansiosos fãs.
Pelo que nos foi dado assistir, Dalva de Oliveira goza de uma situação previlegiada e temos razão para afirmar que não lhe será difícil a vitória, se realmente seus fãs forem sinceros na demonstração de preferência.
Particularmente, notei em Dalva uma grande mágoa íntima. Senti que seu espírito pairava muito acima dda exuberante alegria ambiente.
Revista Carioca - 25 Janeiro 1951.
reportagem: Lysa Castro
fotos: Domingos Pereira
no final, Dalva de Oliveira conseguiu seu intento e se tornou Rainha do Radio de 1951.
Discos mais vendidos em Janeiro 1951 pela revista Carioca
1. Delicado - Waldyr Azevedo
2. Mambo jambo - Perez Prado
3. Dance comigo - E. Prud' Homme
4. Tomara que chôva - Emilinha Borba
5. With a song in my heart - Doris Day
6. Vanidad - Gregorio Barrios
7. Abrazame asi - Gregorio Barrios
8. Ela - G. Pereira
9. Terceiro Homem - Victor Young
10. Boogie woogie - Tommy Dorsey
magazine 'Show-TV' October 1958.
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